quarta-feira, 3 de abril de 2013

Médicos do Samu anunciam greve de 24h nesta quinta



  • Lúcio Távora | Ag. A TARDE
    Durante a paralisação, o efetivo reduzido só deverá atender casos graves
Os médicos do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que recebem  cerca de quatro mil solicitações diárias, anunciaram que irão paralisar nesta quinta-feira, 4, as atividades durante 24 horas devido à baixa remuneração e às precárias condições de trabalho.
Numa tentativa de evitar o protesto, foi marcada  reunião com a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) às 11h de hoje na representação do Ministério do Trabalho e Emprego, no Corredor da Vitória.
Mas a categoria não está otimista quanto a um acordo que  evite a paralisação. "Já conversamos diversas vezes e as negociações não têm evoluído", garantiu o presidente do Sindicato dos Médicos da Bahia (Sindimed), Francisco Magalhães.
Durante a paralisação, o efetivo reduzido só deverá atender casos graves, com risco de morte ao paciente, como em acidentes ou infartos, segundo  Magalhães.
O presidente do Sindimed orienta ainda que as pessoas com "pequenas emergências" busquem as unidades de saúde dos bairros. Dentre as cerca de quatro mil chamadas por dia, 1.800 são atendidas presencialmente e o restante  por telefone.
Remuneração - A principal reivindicação da categoria é a implantação de um plano de cargos e salários específico para os médicos municipais, que garanta uma remuneração justa. Atualmente, a remuneração-base de um médico do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência varia de R$ 3.200 a R$ 3.800, para  jornada de 24 horas semanais. O piso indicado pela Federação Nacional dos Médicos  é de R$ 10.412, para 20 horas semanais.
"É  a capital brasileira que paga menos ao médico do Samu, sendo que nós temos um dos melhores corpos clínicos", aposta Magalhães. Além do reajuste salarial, os médicos exigem o aumento do número dos profissionais - atualmente são 117, quando o ideal  para a categoria é  140.
"Não falta médico no Brasil. Falta uma política de fixação dos profissionais. A tendência é perdermos ainda mais profissionais, com esse salário", diz Magalhães. A SMS declarou que estuda a possibilidade de contratação de mais pessoal.
Em nota, o Conselho Regional de Medicina do Estado da Bahia (Cremeb) declarou que  o Samu  tem funcionado em precárias condições  "no que diz respeito ao quantitativo de médicos e outros profissionais e quanto às condições de funcionamento das ambulâncias e equipamentos". Segundo a entidade, a redução do quadro de profissionais resultou na desativação de várias ambulâncias.
Versão oficial - Em nota, a Secretaria Municipal da Saúde informou que realizou duas reuniões com os médicos do Samu. "Em ambos os encontros, a gestão mostrou-se sensível às reivindicações e se comprometeu em apresentar propostas a curto e médio prazos, que refletissem em melhores condições de trabalho".
De acordo com a nota, o órgão acordou com a categoria que irá apresentar no dia 19 um estudo de impacto da "possível gratificação a ser oferecida". A secretaria informou ainda que  a partir deste mês  vigora o pagamento do adicional de  insalubridade destinado aos 27 profissionais que não recebiam o benefício.

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